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Estarreja
O concelho de Estarreja localiza-se na Região Centro (NUTII) no Baixo Vouga (NUTIII), sendo limitado a norte pelo concelho de Ovar, a este pelo de Oliveira de Azeméis, a sudoeste pelo de Albergaria-a-Velha e a oeste pelo da Murtosa. Conta com uma população que ronda atualmente os 27 mil habitantes, apresentando uma área total de 108 km2 e sendo subdividida em 7 freguesias: Avanca, Beduído, Canelas, Fermelã, Pardilhó, Salreu e Veiros. Situa-se na freguesia de Beduído e Veiros, entre Aveiro e o grande Porto, possuindo uma rede hidrográfica densa, sendo a linha de água mais importante o rio Antuã que desagua na ria de Aveiro.

//Conheça no mapa os potenciais casos de inovação social identificados 
neste território.

 

Demografia

A zona norte e centro do concelho onde estão incluídas as freguesias de Avanca, Pardilhó e Beduído, polarizam mais de metade da população do concelho, (cerca de 66%). O desenvolvimento da zona industrial, em Avanca, e as acessibilidades privilegiadas, são alguns dos fatores que contribuiram para esta realidade. O crescimento populacional, verificado na década de 70, foi consequência da diminuição da taxa de emigração, verificada através do aumento do fluxo da população proveniente das ex-colónias, factor este que apresentou alguma representatividade ao longo de todo o país. Por outro lado, a redução de cerca de 17% da população mais jovem, de 1991 a 2001 (Fonte: INE), traduz o envelhecimento da população, seguindo também assim a tendência nacional.

Atividade económica

O desenvolvimento industrial deve-se sobretudo aos investimentos realizados ao longos dos anos, sendo que a indústria transformadora representa cerca de 60% do volume de negócios deste concelho. Inicialmente ligada a pequenas fábricas locais, o gradual incremento da indústria, fez com que este adquirisse ao longo dos anos um peso significativo no distrito de Aveiro, sobressaindo as indústrias de móveis em ferro, de produtos lácteos e de colchões. A chegada do caminho-de-ferro por sua vez, potenciou as trocas comerciais e alterou a importância da navegação da Ria, que por sua vez havia colocado Estarreja no 2º porto de sal, sendo somente ultrapassado por Aveiro.

Também a agricultura possui um peso significativo na economia local, principalmente a nível das pequenas propriedades, destacando-se a cultura do milho, da batata e da criação de animais. A cultura do arroz, por outro lado, tem sido alvo de incentivos à produção devido à importância que este representa para a preservação da fauna e da flora do Baixo Vouga Lagonar, sendo a freguesia de Salreu aquela que apresenta os arrozais mais a norte do país. Hoje o seu cultivo é escasso, uma vez que a sua cultura é muito sensível e arriscada.

Património Cultural

Se por um lado, o concelho de Estarreja é conhecido pela sua forte vertente industrial, por outro, existe uma forte aposta orientada em paralelo para a sustentabilidade ambiental. Em Janeiro de 2005 é elevada a cidade, no mesmo ano em que se cria o Parque Municipal do Antuã, se reabre o  Cine-Teatro, e o projeto do BioRia ganha corpo. Neste sentido, o projeto de conservação da natureza na zona lagunar vem a desvincular a imagem da indústria química impressa na região, e um novo conceito de desenvolvimento sustentável é posto em prática.

O turismo de natureza vem adquire então importância no concelho. Nas freguesias de Canelas e Fermelã, é possível encontrar um raro e rico habitat denominado por “Bocage”, composto por sebes vivas intercaladas por estreitas valas de água. Entre campos agrícolas, arrozais, caniçais lamas e marés, podemos encontrar um diversificado conjunto de espécies que complementam a beleza paisagística da região. Destaca-se a pelas suas características únicas, um bovino de raça exclusiva da região, a marinhoa, que cumpria um papel indispensável na faina agrícola e que hoje o seu papel se tornou secundarizado, dada a industrialização e o aumento dos parques de alfaias na região.

Estarreja é também a terra do único Prémio Nobel da Medicina português, cuja parte do legado é deixado através da sua Casa Museu. Esta encontra-se dividida em três espaços: a casa, a quinta do Marinheiro e o Moinho de Meias, cuja parte da obra encontra-se inserida no Plano de Valorização do Património Arquitetónico e Paisagístico da Casa-museu Egas Moniz. O património molinológico em Estarreja inclui, para além do Moinho de Meias, o Moinho da Zangarinheira e Arcã, integrados numa estratégia de valorização patrimonial que visa fomentar proprietários e as organizações associativas para a sua preservação, em conjunto com outros concelhos do distrito.
Destaca-se no artesanato as algibeiras, as rodilhas, os gabrichos, as mantas coloridas, as cangas e os barcos moliceiros, coloridos, são o ex-libris das manualidades estarrejenses e retratam a realidade vividas pelo povo, na terra e no mar. Em Pardilhó, será ainda possível encontrar estaleiros navais que continuam a construir os barcos de mar e da ria, nomeadamente os moliceiros.
Os rojões, a caldeirada de enguias, o pão-de-ló de Salreu, a regueifa doce e a Broa de Avanca, são os pratos que pontuam a gastronomia local.

+ info: http://www.cm-estarreja.pt/